segunda-feira, 15 de junho de 2009

Famílias escritoras (7)

A BOLA DE CRISTAL
Era uma vez uma feiticeira que tinha 3 filhos que se amavam fraternalmente. A velha, porém, não confiava neles, pensando que queriam roubar-lhe o poder. Transformou, então, o mais velho numa águia, que teve de ir morar para o alto de uma montanha rochosa e, de vez em quando, podia-se vê-lo a descrever grandes círculos no ar, de cima para baixo. O segundo transformou-o numa baleia, que vivia nas profundezas do mar, e só se podia vê-la quando esguichava um forte jacto de água para cima. Ambos assumiam a sua forma humana apenas duas vezes por dia. O terceiro filho, temendo que a mãe também o transformasse num animal feroz, saiu de casa às escondidas.
Ora, ele ouvira contar que no castelo do Sol Dourado havia uma princesa encantada aguardando que alguém a libertasse. Porém, todo aquele que tentasse libertá-la era obrigado a arriscar a vida, e já 23 jovens tinham morrido de morte horrível. Só mais um poderia tentar, e depois a mais ninguém seria permitido salvá-la. Como o seu coração nada temia, resolveu procurar aquele castelo. Vagueava ele pelos arredores, já há bastante tempo, sem conseguir encontra-lo, quando se viu numa grande floresta onde não conseguia encontrar saída. De súbito, avistou ao longe dois gigantes que lhe acenaram com a mão e, assim que ele se aproximou, disseram-lhe:
__ Estamos a lutar por causa de um chapéu, para ver a quem pertence. Como temos a mesma força, nenhum pode vencer o outro. Os homens pequenos são mais inteligentes do que nós, por isso queremos deixar-te a ti a decisão.
__ Como podeis brigar por causa de um chapéu velho? - perguntou o mancebo.
__ Tu não sabes as virtudes que ele tem! É um chapéu mágico e quem o puser na cabeça pode desejar ir onde quiser e, no mesmo instante estará lá.
Disse então o mancebo:
__ Dai-me o chapéu! Andarei um pedaço do caminho e, quando eu vos chamar, começai a correr; e o chapéu será daquele que me alcançar primeiro.
Pondo o dito chapéu na cabeça, saiu dali mas, com o pensamento na princesa, esqueceu os gigantes e continuou sempre a andar. Ora, aconteceu que suspirando do fundo do coração, exclamou:
__ Ah! Se eu estivesse no Castelo do Sol Dourado!
Nem bem acabara de falar, encontrou-se no cimo de um alto monte, aos portões do castelo. Entrou e atravessou todos os aposentos, até que no último encontrou a princesa. Mas que susto apanhou ao olhar para ela: tinha um rosto cor de cinza, cheio de rugas, plhos baços e cabelos vermelhos.
__ Sois vós a princesa cuja beleza todo o mundo enaltece? – perguntou.
__ Ah! -respondeu ela. Esta não é a minha aparência. Os olhos humanos só me podem ver com este aspecto. Mas para que saibas como eu sou, olha este espelho. Ele não se deixa enganar e mostra a minha verdadeira imagem.
Ela pôs na sua mão o espelho, onde o mancebo viu reflectido o retrato da mais linda donzela do mundo, e viu como, de tanta tristeza, as lágrimas lhe rolavam pelas faces. Então, ele disse:
__ Como podeis ser salva? Eu não tenho medo de perigo algum.
Ela respondeu:
__ Quem conseguir a bola de cristal e apresentá-la ao feiticeiro quebrará o seu poder e eu retomo a minha forma verdadeira. Ah! – continuou – por causa disso, vários já foram ao encontro da morte, e tu, tão jovem, tenho pena que te exponhas a tão grandes perigos.
__ Nada me pode deter – disse ele – mas dizei-me o que devo fazer.
__ Saberás de tudo – respondeu a princesa. Descendo do monte onde está o castelo, encontrarás em baixo, uma fonte e lá um touro selvagem, e com ele deves lutar. Se tiveres a sorte de o matar, de dentro dele erguer-se-á um pássaro de fogo que leva no seu corpo um ovo incandescente, e esse ovo tem como gema a bola de cristal. O pássaro, porém, não solta o ovo senão quando é forçado a isso e, se porventura o ovo cai no chão, incendeia-se e queima tudo ao seu redor. E se se derrete e, com ele, a bola de cristal, todo o teu esforço terá sido em vão.
Desceu o mancebo até à fonte, onde o boi bufava e bramava para ele. Depois de demorada luta, ele o derrubou. Num piscar de de olhos, ergue-se de dentro, o pássaro de fogo e quis começar a voar, mas a águia, que era o irmão do mancebo e que estava a voar por entre as nuvens, precipitou-se sobre ele, perseguindo-o até ao mar, e bicou-o até que ele deixou que se soltasse o ovo. Este, porém, não caiu no mar mas sobre a cabana de um pescador situada na margem, que logo começou a fumegar, prestes a ser consumida pelas chamas. Ergueram-se então ondas enormes que, inundando a cabana, dominaram o fogo. O outro irmão, que era a baleia, viera a nadar e conseguira dar um impulso para que a água fria, apagasse o fogo.
O mancebo procurou o ovo e, por felicidade, encontrou-o. Não se tinha derretido, mas a casca, devido ao choque com a água fria, rachara-se, e a bola de cristal pôde ficar intacta.
Indo o mancebo apresentá-lo ao feiticeiro, este disse-lhe:
__ Meu poder está desfeito e, de hoje em diante, és o rei do Castelo do Sol Dourado. Por isso, também poderás devolver aos teus irmãos a forma humana.
Correu então o mancebo ao encontro da princesa e, ao entrar nos seus aposentos, ela lá estava em todo o seu esplendor da sua beleza. E ambos, cheios de alegria, trocaram os seus anéis.

FAMÍLIA ESCRITORA DO ALUNO:
BRUNO MIGUEL DE CARVALHO BARBOSA
3º Ano - Turma 2

1 comentário:

Unknown disse...

Olá pessoal amigo!
Passei só para vos desejar umas óptimas férias.
Divirtam-se, descansem e voltem em Setembro cheios de energia.
Beijocas
Marisa