sábado, 13 de junho de 2009

Famílias escritoras (5)

ESMERALDA E O LAGO

Esmeralda era uma menina que vivia numa pequena vila chamada «Pôr-do-sol».
Era muito brincalhona e alegre, tinha longos cabelos pretos, olhos cor de azeitonas negras e uma pele morena.
Na sua vila existia um grande e longo lago com águas esverdeadas, com longas margens de relva e lindas árvores, árvores de todas as cores e feitios e lindas flores.
Esta menina, todas as manhãs, ia para a margem do lindo lago, ver nascer o sol; alguns dias ficava lá até o sol se pôr.
Certo dia, estava a linda Esmeralda a saltar à corda na berma do lago, quando ouviu chamar pelo seu nome:
- Esmeralda… Esmeralda…
A menina olhou para todos os lados mas não via ninguém e continuou a sua brincadeira. Voltou a ouvir:
- Esmeralda… Esmeralda… Olha para mim. Sou a árvore amarela!
Esmeralda aproximou-se da árvore e espantada, perguntou:
- Que se passa árvore? Não sabia que também falavas! ...
A árvore amarela respondeu:
- Não tens reparado na cor do nosso lago?
- Não! - respondeu Esmeralda. Mas correu logo para ver o que tinha mudado.
- Ah! Está a ficar muito escura a água do lago e a cheirar muito mal! Que se estará a passar? – replicou menina, pensativa.
- Sabes? Há uma fábrica do outro lado do lago que está a poluir a água do nosso lindo lago e vai-nos matar a todos: árvores e flores.
- Isto não pode continuar assim! Alguém tem de fazer alguma coisa por todos nós.
Esmeralda pensou um pouco e disse:
- Vou falar com o senhor presidente da Câmara Municipal. Ele tem que salvar a nossa vila e o lago desta poluição, não estás de acordo, Árvore Amarela?
- Sim, estou – respondeu ela.
A menina, naquele dia, não saiu de perto do lago, estava muito triste e a pensar no que ia dizer, no dia seguinte, ao senhor presidente e no que ele poderia fazer, porque a fábrica era muito importante para a vila, criava muitos empregos e dava dinheiro para a vila crescer. A menina foi dormir a pensar no assunto.
No dia seguinte, logo pela manhãzinha, a Esmeralda foi à Câmara e pediu para falar com o sr. Presidente, mas como era uma criança, a secretária não a deixou entrar. Repetiu o pedido diversas vezes mas não foi atendida. Como o problema era grave, a Esmeralda sentou-se na cadeira da sala de espera e pensou:
- Não saio daqui sem ser atendida!
Mas, de repente, um senhor muito bem vestido aproximou-se dela e perguntou-lhe:
- A menina espera alguém?
- Não, mas preciso de falar urgentemente com o senhor Presidente. E o senhor quem é?
- Sou o senhor Alfredo. Posso-a ajudar em alguma coisa ou nalgum assunto?
- Pode, respondeu a menina, ajude-me a resolver o problema do nosso lago e daquela fábrica que está a poluir a água.
O sr. Alfredo ficou muito admirado!
- Ah! Tanta preocupação para uma menina não é normal nos dias de hoje! Mas venha ao meu gabinete, menina – disse- lhe o senhor Alfredo, muito preocupado porque a fábrica era sua e ele não a queria fechar.
A menina entrou, sentou-se e logo começou a falar, mesmo sem pedir autorização para isso.
- Sabe, é que o lago está a ficar muito sujo, cheira mal, as margens estão com muito lixo, as árvores e as flores vão começar a morrer e nós não podemos ir para lá brincar porque podemos ficar doentes. Já disse quase tudo o que tinha para dizer, disse aliviada.
O sr. Alfredo ficou sem palavras, mas respondeu:
- Tenha calma menina, que assim o problema não se resolve. A menina sabe que a fábrica é muito importante para a vila, dá muito dinheiro a muita gente. Todas as pessoas têm que trabalhar para viver e os seus pais sabem bem disso…
- Pois, mas ter isso tudo à custa do nosso lindo lago do jardim e da água que nós bebemos? Estragar o que temos de belo e nos dá muita saúde, para depois gastar todo o dinheiro em remédios, não é muito justo, não lhe parece senhor? – respondeu Esmeralda, muito zangada.
O homem lá foi pensando e após alguns minutos de silêncio, disse:
- Sabe menina, tem toda a razão. Não quero que os meus empregados fiquem em casa doentes ou com os filhos adoentados. É que eu sou o dono da fábrica.
Esmeralda ficou muito corada e assustada. Estava a falar mesmo com o dono da fábrica! Ela nem queria acreditar no que lhe tinha acontecido! Mas pensou: «Assim o problema vai-se resolver mais depressa».
- Pensando bem, a menina tem razão. Vou já resolver este assunto.
- Que vai fazer o sr. Alfredo? – perguntou a menina.
- Vou mandar construir uma estação de tratamento de lixos. Assim todo o lixo da vila e da minha fábrica vai ser reciclado.
- Óptimo, disse Esmeralda muito contente. A partir de hoje vou separar todo o lixo da minha casa e dizer a toda a gente para separar o seu.
Esmeralda saiu do gabinete do sr. Alfredo, agradeceu toda a atenção que ele lhe deu e por ter conseguido resolver aquele problema que tanto a preocupava.
O senhor Alfredo vendo a enorme preocupação daquela menina, começou logo a tratar do projecto. Não podia esperar nem mais um dia.
Assim, no dia seguinte, logo de manhã, mandou começar as obras no terreno abandonado ao lado da sua fábrica, que pertencia à Junta de Freguesia.
A Esmeralda, mal o sol nasceu, levantou-se e foi logo para a beira do lago dar a notícia à Árvore Amarela. Quando lá chegou, ficou muito admirada com o sorriso dela.
- Já sabes da novidade, Árvore? – perguntou a menina.
- Já Esmeralda. Eu daqui consigo ver tudo o que se passa na vila e arredores. Muito obrigada Esmeralda, por ouvires a Natureza.
A Esmeralda sorriu, deitou-se na margem do lago debaixo da árvore e pensou:
- Dois problemas resolvidos: o do lixo e da água suja e ainda o emprego.
- O emprego?! _ quis saber a árvore admirada.
- Sim, respondeu a menina. Não vês que para construir a Estação, são precisos muitos homens a trabalhar?
- Tens razão, não tinha pensado nisso, disse a árvore num suspiro de alívio.
Nesse momento apareceu um senhor muito bem- disposto, que disse:
- Boa tarde, menina!
Esmeralda levantou-se e respondeu:
- Boa tarde. O que deseja?
Ela não tinha reparado que era o senhor Alfredo.
- Ah! É o senhor! Muitos parabéns! O senhor presidente cumpriu a sua palavra. Muito obrigada!
O senhor deu uma gargalhada e respondeu:
- Eu é que te agradeço. Agora, todos os homens da nossa vila estão empregados. Eu não tinha pensado em todos os problemas que a fábrica ia trazer, mas todos unidos vamos criar um mundo melhor, não está de acordo Esmeralda?
- Estou sim senhor. Até a minha professora vai gostar de saber tudo o que eu fiz pelo «meio ambiente».
O senhor Alfredo deu um grande abraço à menina e disse-lhe:
- Que bom seria, se todos pensassem como tu minha linda menina! O mundo seria muito melhor!
Ali ficaram os dois sentados na margem do lago até escurecer. Viram como é lindo o pôr-do-sol, o lago limpinho, as árvores de todas as cores, as flores de todos os feitios e as casas lá longe…Disseram então um para o outro:
- Como é linda a Natureza! É que muitas vezes não ouvimos a natureza e esquecemo-nos que é no silêncio que se tomam as melhores decisões.

FAMILIA ESCRITORA DO ALUNO: JOSÉ RICARDO CARVALHO MOREIRA 3ºANO/TURMA 2

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