segunda-feira, 15 de junho de 2009

Famílias escritoras (7)

A BOLA DE CRISTAL
Era uma vez uma feiticeira que tinha 3 filhos que se amavam fraternalmente. A velha, porém, não confiava neles, pensando que queriam roubar-lhe o poder. Transformou, então, o mais velho numa águia, que teve de ir morar para o alto de uma montanha rochosa e, de vez em quando, podia-se vê-lo a descrever grandes círculos no ar, de cima para baixo. O segundo transformou-o numa baleia, que vivia nas profundezas do mar, e só se podia vê-la quando esguichava um forte jacto de água para cima. Ambos assumiam a sua forma humana apenas duas vezes por dia. O terceiro filho, temendo que a mãe também o transformasse num animal feroz, saiu de casa às escondidas.
Ora, ele ouvira contar que no castelo do Sol Dourado havia uma princesa encantada aguardando que alguém a libertasse. Porém, todo aquele que tentasse libertá-la era obrigado a arriscar a vida, e já 23 jovens tinham morrido de morte horrível. Só mais um poderia tentar, e depois a mais ninguém seria permitido salvá-la. Como o seu coração nada temia, resolveu procurar aquele castelo. Vagueava ele pelos arredores, já há bastante tempo, sem conseguir encontra-lo, quando se viu numa grande floresta onde não conseguia encontrar saída. De súbito, avistou ao longe dois gigantes que lhe acenaram com a mão e, assim que ele se aproximou, disseram-lhe:
__ Estamos a lutar por causa de um chapéu, para ver a quem pertence. Como temos a mesma força, nenhum pode vencer o outro. Os homens pequenos são mais inteligentes do que nós, por isso queremos deixar-te a ti a decisão.
__ Como podeis brigar por causa de um chapéu velho? - perguntou o mancebo.
__ Tu não sabes as virtudes que ele tem! É um chapéu mágico e quem o puser na cabeça pode desejar ir onde quiser e, no mesmo instante estará lá.
Disse então o mancebo:
__ Dai-me o chapéu! Andarei um pedaço do caminho e, quando eu vos chamar, começai a correr; e o chapéu será daquele que me alcançar primeiro.
Pondo o dito chapéu na cabeça, saiu dali mas, com o pensamento na princesa, esqueceu os gigantes e continuou sempre a andar. Ora, aconteceu que suspirando do fundo do coração, exclamou:
__ Ah! Se eu estivesse no Castelo do Sol Dourado!
Nem bem acabara de falar, encontrou-se no cimo de um alto monte, aos portões do castelo. Entrou e atravessou todos os aposentos, até que no último encontrou a princesa. Mas que susto apanhou ao olhar para ela: tinha um rosto cor de cinza, cheio de rugas, plhos baços e cabelos vermelhos.
__ Sois vós a princesa cuja beleza todo o mundo enaltece? – perguntou.
__ Ah! -respondeu ela. Esta não é a minha aparência. Os olhos humanos só me podem ver com este aspecto. Mas para que saibas como eu sou, olha este espelho. Ele não se deixa enganar e mostra a minha verdadeira imagem.
Ela pôs na sua mão o espelho, onde o mancebo viu reflectido o retrato da mais linda donzela do mundo, e viu como, de tanta tristeza, as lágrimas lhe rolavam pelas faces. Então, ele disse:
__ Como podeis ser salva? Eu não tenho medo de perigo algum.
Ela respondeu:
__ Quem conseguir a bola de cristal e apresentá-la ao feiticeiro quebrará o seu poder e eu retomo a minha forma verdadeira. Ah! – continuou – por causa disso, vários já foram ao encontro da morte, e tu, tão jovem, tenho pena que te exponhas a tão grandes perigos.
__ Nada me pode deter – disse ele – mas dizei-me o que devo fazer.
__ Saberás de tudo – respondeu a princesa. Descendo do monte onde está o castelo, encontrarás em baixo, uma fonte e lá um touro selvagem, e com ele deves lutar. Se tiveres a sorte de o matar, de dentro dele erguer-se-á um pássaro de fogo que leva no seu corpo um ovo incandescente, e esse ovo tem como gema a bola de cristal. O pássaro, porém, não solta o ovo senão quando é forçado a isso e, se porventura o ovo cai no chão, incendeia-se e queima tudo ao seu redor. E se se derrete e, com ele, a bola de cristal, todo o teu esforço terá sido em vão.
Desceu o mancebo até à fonte, onde o boi bufava e bramava para ele. Depois de demorada luta, ele o derrubou. Num piscar de de olhos, ergue-se de dentro, o pássaro de fogo e quis começar a voar, mas a águia, que era o irmão do mancebo e que estava a voar por entre as nuvens, precipitou-se sobre ele, perseguindo-o até ao mar, e bicou-o até que ele deixou que se soltasse o ovo. Este, porém, não caiu no mar mas sobre a cabana de um pescador situada na margem, que logo começou a fumegar, prestes a ser consumida pelas chamas. Ergueram-se então ondas enormes que, inundando a cabana, dominaram o fogo. O outro irmão, que era a baleia, viera a nadar e conseguira dar um impulso para que a água fria, apagasse o fogo.
O mancebo procurou o ovo e, por felicidade, encontrou-o. Não se tinha derretido, mas a casca, devido ao choque com a água fria, rachara-se, e a bola de cristal pôde ficar intacta.
Indo o mancebo apresentá-lo ao feiticeiro, este disse-lhe:
__ Meu poder está desfeito e, de hoje em diante, és o rei do Castelo do Sol Dourado. Por isso, também poderás devolver aos teus irmãos a forma humana.
Correu então o mancebo ao encontro da princesa e, ao entrar nos seus aposentos, ela lá estava em todo o seu esplendor da sua beleza. E ambos, cheios de alegria, trocaram os seus anéis.

FAMÍLIA ESCRITORA DO ALUNO:
BRUNO MIGUEL DE CARVALHO BARBOSA
3º Ano - Turma 2

domingo, 14 de junho de 2009

Famílias escritoras (6)

UMA HISTÓRIA DE VIDA

Esta é a minha história e a da minha família.
Chamo-me Maria… Sou casada há muitos anos com António. Temos 5 filhos: a mais velha é a Ana, é casada e tem uma filha; a segunda chama-se Alexandra, é casada e tem um filho; a terceira á a Isabel, mora com o namorado; ainda tenho dois gémeos, com 8 anos.
A minha primeira filha nasceu, tinha eu 19 anos. Foi muito complicado porque eu não queria ter filhos logo após o casamento…
Depois do nascimento desta menina, dou entrada no meu emprego e descubro que estou novamente grávida. Fiquei furiosa da vida por não querer que a minha vida começasse desta maneira, mas aconteceu…
Não tendo quem mas guardasse, deixei o trabalho e fiquei em casa para tomar conta delas, e aí comecei a ajudar a minha sogra a trabalhar a terra. Tinha a segunda filha 8 meses, fiquei doente com anemia bastante adiantada. Fui hospitalizada para fazer uma transfusão de sangue e ainda anos de tratamento.
Os anos foram passando e eu resolvi ser ama de crianças para ajudar o meu marido nas despesas familiares. Comprámos terras, construímos casa, trabalhámos aos fins-de-semana e feriados, e com a ajuda de amigos e muito suor e trabalho conseguimos construir a nossa vida. Entre todos, resolvemos ajudar-nos mutuamente na construção da casa de cada um, indo trabalhar uma semana para um amigo ora para outro e eles assim faziam connosco também. Decidimos habitar a casa ainda por acabar, sem portas e sem janelas, com estores apenas e portas interiores. Aos poucos, fomos terminando a nossa casa.
Desde então, e com as minhas filhas já na escola e a casa acabada, o meu marido ansiava ter um filho homem e aconteceu a terceira gravidez. Mas foi outra menina! Então, ele resolveu parar de pensar no menino e disse:
__ Agora chega. Não há mais meninos! Ficamos por aqui.
Eu fui guardando crianças, mais e mais, e foram 27 que passaram pela minha mão.
Chegou o ano de 2000 e a Primavera trouxe o que eu já não esperava.
Era dia de Páscoa. O meu marido foi comprar leitão para o almoço, toda a gente comeu e tudo correu bem. Na semana seguinte começaram a surgir problemas; fiquei doente e com comichão no corpo, vómitos e diarreia. Fui ao médico de família que me deu medicação. Passadas 2 semanas voltei lá novamente porque tinha os mesmos sintomas. Ele deu-me medicação mais forte mas não me aliviou nada. Voltei ao médico e então disse-lhe:
__ Senhor doutor, eu estou igual. Mande-me fazer análises ou outros exames. Isto não está bem. Há alguma coisa muito grave! ...
Ele respondeu-me:
__ Não rapariga, isso foi uma intoxicação alimentar. O teu estômago está tão inflamado que vai levar tempo a passar.
Eu repliquei:
__ Será melhor fazer umas análises?
O médico respondeu-me que não, que tudo iria melhorar com o tempo.
O tempo foi passando, a barriga foi crescendo… Então decidi ir à farmácia fazer uma análise e descobri que estava grávida mais uma vez. Fui à Ginecologista que me confirmou outra gravidez e que tinha de fazer exames rapidamente. Nesses exames vim a saber que estava com 22 semanas de gestação e de dois gémeos rapazes. Foi uma gravidez de risco porque tinha um gémeo com problemas. Fui sempre muito acompanhada, entrei em repouso absoluto… Previa que fosse um parto de cesariana, devido à idade que já contava (43 anos), mas por sorte foi parto normal e sem costuras. Quando soube desta gravidez, levei um susto enorme; mas depois senti muita alegria…
Os meus filhos nasceram no hospital de S. João, no Porto. Eram muito pequeninos, com o peso de 1,790g e foram para a Neonatologia onde estiveram na incubadora ligados às máquinas, para poderem viver e aumentar o peso. Depois, vieram para o Hospital de S. João de Deus, em Vila Nova de Famalicão, onde continuaram a lutar pela sua sobrevivência.
Quando chegaram a nossa casa tinham já 15 dias de vida. Continuei a cuidar deles com muito esforço, muita luta e muito carinho e irei continuar a cuidar deles enquanto Deus me deixar, para eles poderem ser uns homens.
A minha vida deu uma volta muito grande, está um bocado complicada, o meu marido tem muitos problemas de saúde. Eu tenho de fazer de pai, de mãe, de esposa, de enfermeira, enfim, tenho de ser tudo, sozinha na minha casa. Por vezes, torna-se complicado e sinto-me cansada, mas procuro as minhas forças nos meus filhos. As filhas mais velhas são muito carinhosas para o pai, são muito amigas dos irmãos e dão-me muita força para eu poder levar a vida para a frente.
Eu acho que vou conseguir dar a volta e ser feliz à minha maneira. Somos uma família muito unida formada por pais, filhas, filhos, genros e netos. Vamos continuando a vida da melhor maneira possível, um dia após o outro e que Deus ajude a minha família e todas as famílias escritoras.

FAMÍLIA ESCRITORA DOS ALUNOS: ALBERTO OLIVEIRA E SILVA E RAFAEL OLIVEIRA E SILVA
3º Ano - Turma 2

sábado, 13 de junho de 2009

Famílias escritoras (5)

ESMERALDA E O LAGO

Esmeralda era uma menina que vivia numa pequena vila chamada «Pôr-do-sol».
Era muito brincalhona e alegre, tinha longos cabelos pretos, olhos cor de azeitonas negras e uma pele morena.
Na sua vila existia um grande e longo lago com águas esverdeadas, com longas margens de relva e lindas árvores, árvores de todas as cores e feitios e lindas flores.
Esta menina, todas as manhãs, ia para a margem do lindo lago, ver nascer o sol; alguns dias ficava lá até o sol se pôr.
Certo dia, estava a linda Esmeralda a saltar à corda na berma do lago, quando ouviu chamar pelo seu nome:
- Esmeralda… Esmeralda…
A menina olhou para todos os lados mas não via ninguém e continuou a sua brincadeira. Voltou a ouvir:
- Esmeralda… Esmeralda… Olha para mim. Sou a árvore amarela!
Esmeralda aproximou-se da árvore e espantada, perguntou:
- Que se passa árvore? Não sabia que também falavas! ...
A árvore amarela respondeu:
- Não tens reparado na cor do nosso lago?
- Não! - respondeu Esmeralda. Mas correu logo para ver o que tinha mudado.
- Ah! Está a ficar muito escura a água do lago e a cheirar muito mal! Que se estará a passar? – replicou menina, pensativa.
- Sabes? Há uma fábrica do outro lado do lago que está a poluir a água do nosso lindo lago e vai-nos matar a todos: árvores e flores.
- Isto não pode continuar assim! Alguém tem de fazer alguma coisa por todos nós.
Esmeralda pensou um pouco e disse:
- Vou falar com o senhor presidente da Câmara Municipal. Ele tem que salvar a nossa vila e o lago desta poluição, não estás de acordo, Árvore Amarela?
- Sim, estou – respondeu ela.
A menina, naquele dia, não saiu de perto do lago, estava muito triste e a pensar no que ia dizer, no dia seguinte, ao senhor presidente e no que ele poderia fazer, porque a fábrica era muito importante para a vila, criava muitos empregos e dava dinheiro para a vila crescer. A menina foi dormir a pensar no assunto.
No dia seguinte, logo pela manhãzinha, a Esmeralda foi à Câmara e pediu para falar com o sr. Presidente, mas como era uma criança, a secretária não a deixou entrar. Repetiu o pedido diversas vezes mas não foi atendida. Como o problema era grave, a Esmeralda sentou-se na cadeira da sala de espera e pensou:
- Não saio daqui sem ser atendida!
Mas, de repente, um senhor muito bem vestido aproximou-se dela e perguntou-lhe:
- A menina espera alguém?
- Não, mas preciso de falar urgentemente com o senhor Presidente. E o senhor quem é?
- Sou o senhor Alfredo. Posso-a ajudar em alguma coisa ou nalgum assunto?
- Pode, respondeu a menina, ajude-me a resolver o problema do nosso lago e daquela fábrica que está a poluir a água.
O sr. Alfredo ficou muito admirado!
- Ah! Tanta preocupação para uma menina não é normal nos dias de hoje! Mas venha ao meu gabinete, menina – disse- lhe o senhor Alfredo, muito preocupado porque a fábrica era sua e ele não a queria fechar.
A menina entrou, sentou-se e logo começou a falar, mesmo sem pedir autorização para isso.
- Sabe, é que o lago está a ficar muito sujo, cheira mal, as margens estão com muito lixo, as árvores e as flores vão começar a morrer e nós não podemos ir para lá brincar porque podemos ficar doentes. Já disse quase tudo o que tinha para dizer, disse aliviada.
O sr. Alfredo ficou sem palavras, mas respondeu:
- Tenha calma menina, que assim o problema não se resolve. A menina sabe que a fábrica é muito importante para a vila, dá muito dinheiro a muita gente. Todas as pessoas têm que trabalhar para viver e os seus pais sabem bem disso…
- Pois, mas ter isso tudo à custa do nosso lindo lago do jardim e da água que nós bebemos? Estragar o que temos de belo e nos dá muita saúde, para depois gastar todo o dinheiro em remédios, não é muito justo, não lhe parece senhor? – respondeu Esmeralda, muito zangada.
O homem lá foi pensando e após alguns minutos de silêncio, disse:
- Sabe menina, tem toda a razão. Não quero que os meus empregados fiquem em casa doentes ou com os filhos adoentados. É que eu sou o dono da fábrica.
Esmeralda ficou muito corada e assustada. Estava a falar mesmo com o dono da fábrica! Ela nem queria acreditar no que lhe tinha acontecido! Mas pensou: «Assim o problema vai-se resolver mais depressa».
- Pensando bem, a menina tem razão. Vou já resolver este assunto.
- Que vai fazer o sr. Alfredo? – perguntou a menina.
- Vou mandar construir uma estação de tratamento de lixos. Assim todo o lixo da vila e da minha fábrica vai ser reciclado.
- Óptimo, disse Esmeralda muito contente. A partir de hoje vou separar todo o lixo da minha casa e dizer a toda a gente para separar o seu.
Esmeralda saiu do gabinete do sr. Alfredo, agradeceu toda a atenção que ele lhe deu e por ter conseguido resolver aquele problema que tanto a preocupava.
O senhor Alfredo vendo a enorme preocupação daquela menina, começou logo a tratar do projecto. Não podia esperar nem mais um dia.
Assim, no dia seguinte, logo de manhã, mandou começar as obras no terreno abandonado ao lado da sua fábrica, que pertencia à Junta de Freguesia.
A Esmeralda, mal o sol nasceu, levantou-se e foi logo para a beira do lago dar a notícia à Árvore Amarela. Quando lá chegou, ficou muito admirada com o sorriso dela.
- Já sabes da novidade, Árvore? – perguntou a menina.
- Já Esmeralda. Eu daqui consigo ver tudo o que se passa na vila e arredores. Muito obrigada Esmeralda, por ouvires a Natureza.
A Esmeralda sorriu, deitou-se na margem do lago debaixo da árvore e pensou:
- Dois problemas resolvidos: o do lixo e da água suja e ainda o emprego.
- O emprego?! _ quis saber a árvore admirada.
- Sim, respondeu a menina. Não vês que para construir a Estação, são precisos muitos homens a trabalhar?
- Tens razão, não tinha pensado nisso, disse a árvore num suspiro de alívio.
Nesse momento apareceu um senhor muito bem- disposto, que disse:
- Boa tarde, menina!
Esmeralda levantou-se e respondeu:
- Boa tarde. O que deseja?
Ela não tinha reparado que era o senhor Alfredo.
- Ah! É o senhor! Muitos parabéns! O senhor presidente cumpriu a sua palavra. Muito obrigada!
O senhor deu uma gargalhada e respondeu:
- Eu é que te agradeço. Agora, todos os homens da nossa vila estão empregados. Eu não tinha pensado em todos os problemas que a fábrica ia trazer, mas todos unidos vamos criar um mundo melhor, não está de acordo Esmeralda?
- Estou sim senhor. Até a minha professora vai gostar de saber tudo o que eu fiz pelo «meio ambiente».
O senhor Alfredo deu um grande abraço à menina e disse-lhe:
- Que bom seria, se todos pensassem como tu minha linda menina! O mundo seria muito melhor!
Ali ficaram os dois sentados na margem do lago até escurecer. Viram como é lindo o pôr-do-sol, o lago limpinho, as árvores de todas as cores, as flores de todos os feitios e as casas lá longe…Disseram então um para o outro:
- Como é linda a Natureza! É que muitas vezes não ouvimos a natureza e esquecemo-nos que é no silêncio que se tomam as melhores decisões.

FAMILIA ESCRITORA DO ALUNO: JOSÉ RICARDO CARVALHO MOREIRA 3ºANO/TURMA 2

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Famílias escritoras (4)

A FLORESTA DE PEDRA

Há muito e muito tempo, numa terra em que os ricos se evidenciavam, existia um pobre homem que, pela sua fraca sorte na vida, se tinha tornado mendigo.
Era um homem que vivia na rua e durante o dia pedia esmola na praça, onde o comércio reinava e os que se consideravam mais abastados eram homens sem coração. Mesmo assim, todos os dias ele tinha a coragem de voltar àquela praça para arranjar algumas moedas e matar a fome.
Uma certa noite, quando vagueava num lugar sombrio e feio, por ele passou um homem que se dirigia para a floresta. O mendigo logo o chamou e disse-lhe que não fosse por ali, pois quem lá entrasse nunca mais saía. Este, a cavalo, depressa lhe agradeceu e perguntou poderia pernoitar. O mendigo indicou-lhe uma estalagem e foi recompensado com uma moeda.
Correndo com a moeda na mão, o mendigo dirigiu-se à casa de uma senhora viúva e com três crianças para sustentar, à qual logo entregou a moeda que tinha recebido, pois quando o marido desta senhora era vivo, ajudou-o bastante e como gratidão para com esta família, ele entregava tudo o que recebia àquela pobre mulher.
Mas uma tarde, uma cabra faltou a um dos comerciantes daquela praça. Era uma cabrinha simpática que costumava vir roubar um bocadinho de pão ao mendigo. Logo o acusaram de a ter roubado, ao qual ele respondeu que nem casa tinha para a esconder. Mesmo assim, todos se juntaram para o maltratarem, até que o homem a cavalo apareceu e lhes perguntou se tinham a certeza das acusações que faziam. Cegos pelo ódio e com vontade de violência, responderam que só ele poderia ter sido…Pouco depois aparece a cabrinha ao pé de uma banca de legumes. Todos se dirigiram para a sua banca de comércio sem pedirem desculpa ao mendigo e o mais cruel dos comerciantes, dizia que assim ele tinha aprendido a lição.
Desorientado e ferido, o mendigo foi despedir-se da viúva e dos seus filhos, dizendo que ia pedir para outra cidade, pois ali ele já não era bem-vindo. A viúva com muita pena daquele que tanto a tinha ajudado, ofereceu-lhe comida e uma moeda, o que ele recusou, e desapareceu na noite.
Andou durante muito tempo e já exausto, caiu por terra e ali mesmo adormeceu.
De manhã, foi acordado por três criaturas horrendas que lhe perguntaram o que fazia ali. Ao ver tais criaturas, soube logo onde estava; na FLORESTA DE PEDRA. O mendigo desculpou-se, dizendo que se tinha perdido e que não tinha intenção de entrar nas suas terras. Mas logo o levaram ao seu rei, para que ele dissesse o que fazer ao mendigo.
Ao entrar numa gruta, o mendigo deparou-se com uma sala, toda ela repleta de pedras preciosas e sentada num pequeno trono, uma pequena criatura também horrenda, que lhe perguntou que fazia ali. Novamente se desculpou, dizendo que se tinha desorientado durante a noite e ali foi parar. O rei, sentado nesse trono, logo lhe perguntou se a sua verdadeira intenção não seriam as suas pedras preciosas. O mendigo respondeu que não, que tinha ido lá parar por acaso.
Então o rei, pediu-lhe duas das suas riquezas ao qual ele respondeu nada ter; apenas a sua vida. O rei insistiu e pediu-lhe novamente duas das suas riquezas. Não tendo mais nada para oferecer, o mendigo entregou-lhe a tigela de barro com que pedia e o cajado que o ajudava a andar. Satisfeito, o rei colocou a tigela na cabeça, fazendo dela a sua coroa e pegou no cajado na mão direita fazendo dele o deu ceptro real. A seguir ordenou aos seus súbditos que entregassem ao mendigo todas as pedras preciosas que ele pudesse carregar.
Regressando à sua cidade, mais rico do que todos os comerciantes e proprietários das terras e casas, comprou uma enorme quinta repleta de animais, verdes prados e árvores de fruto. A seguir foi buscar a senhora viúva e os seus filhos para com eles constituir uma família.
Naquela mesma hora, na praça dos comerciantes, um burburinho se passava. Eram todos os comerciantes intrigados com a grande riqueza do triste mendigo, todos se perguntando como poderia ser ele agora o mais rico.
Entretanto, chega à praça o rico mendigo e logo se foram juntar a ele todos os comerciantes, principalmente o mais cruel e avarento de todos, para saberem de onde vinha aquela riqueza instantânea. A pergunta foi feita e o rico mendigo respondeu com toda a verdade; disse que foi parar à floresta de pedra por acaso e que o rei dessa floresta lhe tinha dado toda a riqueza que pudesse em troca da sua tigela e do seu cajado.
Ora, avarento, o comerciante pensou que, se em troca de duas peças sem valor, o rei da floresta de pedra deu ao mendigo umas quantas riquezas, se ele lhe levasse riquezas de verdade, o rei de certeza lhe daria muito mais. E assim fez; levando um cavalo carregado de tudo quanto era seu, dirigiu-se à floresta de pedra.
Quando lá chegou, foi recebido pelas três criaturas horrendas a quem disse que queria ver o seu rei, pois trazia todas as suas riquezas para lhe oferecer.
Assim, foi levado ao encontro do rei horrendo e este lhe perguntou o que trazia lá. O comerciante cruel respondeu-lhe que vinha trazer todas as suas riquezas àquele reino. O rei disse-lhe que ele era muito bondoso e que aceitava de bom grado a sua oferta se ele aceitasse em troca a maior riqueza daquele reino. O comerciante prontamente aceitou e entregou todas as suas riquezas. O rei ficou impressionado com tantas peças valiosas e disse ao comerciante que ele merecia a maior riqueza daquele reino.
Levantando-se, o rei foi ao encontro do comerciante cruel e entregou a maior riqueza do seu reino: a sua coroa e o seu ceptro. O comerciante ficou sem palavras e, manhoso como era, disse ao rei que não podia aceitar tal dádiva, mas que se contentava com algumas pedras preciosas. Então o rei insistiu e disse-lhe que não podia dar a um homem tão bondoso apenas pedras, mas sim a coroa e o ceptro que eram a riqueza maior do seu reino.
Ora, o comerciante não teve escolha, a não ser aceitar e sair dali com a tigela e o cajado do mendigo.
Voltando à cidade, o comerciante cruel não tinha mais nada de seu, pois tinha vendido tudo o que possuía para impressionar o rei horrendo. E assim sendo não lhe restava mais nada a não ser pedir esmola na praça dos comerciantes.
Com a tigela na mão e agarrado ao cajado, o comerciante cruel implorava por esmola, mas ninguém o ajudava. Entretanto, chegava à praça o mendigo rico, que ao ver aquele homem esfomeado, sentiu pena e o convidou para sua casa, onde a comida nunca lhe faltaria.

FAMILIA ESCRITORA DO ALUNO: JOSÉ MANUEL GONÇALVES FERREIRA 3ºANO/TURMA 2

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Famílias escritoras (3)

O PORQUINHO GULOSO

Clara, a cabritinha, está bastante aborrecida; tem que ir ao médico e não encontra ninguém que a substitua. Ela vende gelados deliciosos…
- Eu gostava de ajudar-te – disse Maçapão, o porquinho cor-de-rosa. Adoro gelados!
- Deves servir os clientes e não comer nada. Volto daqui a uma hora.
Tanta gente ao balcão!... Maçapão serve gelados sem parar: de chocolate, de baunilha, de morango, de pistáchio… É muito cansativo. Sente um pouco de fome e come alguns cornetos e depois alguns cones…
Come de tal modo, que acaba com tudo!
Entretanto, chega Cinzentão, o elefante.
- Quero quatro cornetos de chocolate, se faz favor.
- Não tenho – responde o Maçapão.
- Não tem importância, dá-me de baunilha – responde Cinzentão.
- Estou mesmo aborrecido – confessa Maçapão – comi todos os cornetos. Que é que vou fazer?
Tenho uma ideia – diz Cinzentão. Vou debruçar-me sobre o balcão e aspirar o resto dos gelados com a minha tromba!
- Podes tentar, mas eu não sei se a Clara vai gostar – responde Maçapão.
Quando Clara regressou, não havia cornetos, nem cones, nem gelados.
Cinzentão tinha ido embora. Só ficara Maçapão, que chorava num canto!
- Não é grave – disse Clara – eu perdoo-te.
Da próxima vez escolhe uma sapataria.
Vai ser mais fácil para ti.

FAMÍLIA ESCRITORA DA ALUNA: ADRIANA MARIA AZEVEDO MOREIRA
3º ANO/ TURMA 2

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Famílias escritoras (2)

UMA ILHA NO MEIO DO MUNDO

Era uma vez uma menina, que perdeu a sua mãe quando era muito pequenina, tinha ela dois anos.
Era uma família muito grande, eram onze filhos, e eram muito pobres. Seu pai trabalhava como jardineiro numa quinta.
Rosinha acompanhava muitas vezes seu pai, porque os seus irmãos mais velhos, todos trabalhavam na agricultura.
Sua avó materna chamava-se Ana, e Rosinha gostava muito da sua avó porque ela lhe dava muitas vezes comida e carinho, mas infelizmente também a perdeu aos três anos de idade.
Cresceu, a sonhar com uma vida diferente, e gostava de ter aprendido outras coisas. Nunca andou na escola, não aprendeu a ler nem a escrever, e aos oito anos foi trabalhar para casa de um agricultor, a tomar conta de animais: vacas, ovelhas e cavalos.
Aos dezassete anos perdeu o seu querido pai.
Trabalhou sempre na agricultura até aos seus vinte anos, quando um dos seus irmãos, que não via há muitos anos, lhe propôs sair do país. Rosinha ficou toda entusiasmada e logo aceitou.
Rosa imediatamente se preparou e embarcou. Passou treze dias no mar, sem saber onde iria desembarcar. Esta jovem, rapidamente sentiu um clima diferente e foi então que avistou uma ilha muito bonita e tropical; era a ilha de S. Tomé e Príncipe.
Logo ali, Rosa pressentiu que iria ser muito feliz. Lá a esperavam quatro dos seus irmãos, que há muito tempo não via. Era uma ilha muito verde, com lindas praias e um clima maravilhoso. Depressa se adaptou, aprendeu a ler e a escrever, trabalhou na padaria do seu irmão e, nas horas vagas, tirou um curso de costura.
Ao fim de dez anos, conheceu um português, pelo qual se apaixonou, casou-se e nasceu uma linda filha.
Rosa conseguiu encontrar a felicidade numa ilha no meio do mundo.
Essa menina é a minha querida avó materna!

FAMÍLIA ESCRITORA DA ALUNA: MARIA DA COSTA OLIVEIRA
3º ANO/ TURMA 2

terça-feira, 9 de junho de 2009

Famílias escritoras (1)

O PROMETIDO É DEVIDO

Era uma vez uma menina pequena e brincalhona que ia cedo para a escola, só para jogar à macaca que estava marcada, há anos, no mesmo lugar.
Ela gostava de estudar, mas tinha, como qualquer outro aluno, dúvida na compreensão de algumas matérias ou as lições mal estudadas. Contudo, não deixava de ser uma aluna aplicada, sossegada, responsável que não cometia muitos erros e cuidava dos seus trabalhos.
Um dia, porém, na hora do ditado diário, em que não era costume dar erros, saiu das «normas» que a professora apresentava. Ela dissera que aquele aluno que cometesse mais do que um erro, apanharia «bolos» nas mãos ou reguadas. Esta menina ficou triste porque tinha algumas amigas que recebiam esse «presente» todos os dias, mas longe de pensar que podia ser uma das apontadas.
Qual não foi o seu espanto, ao saber que essa condição a tinha atingido.
Recebeu o ditado e como não era costume, viu que a professora não estava disposta a castigá-la. Falou muitas vezes no assunto, olhou muitas vezes para ela e tomou uma decisão.
O castigo foi-lhe aplicado.
Sofreu a professora e sofreu a menina, mas a palavra tinha de ser cumprida.
Percebeu ela, então, o ditado popular «O prometido é devido». Ela mostrou e a professora também, que por muito que nos custe, ou faça sofrer, a palavra dada não deve voltar atrás, atinja quem atingir.
Talvez esta menina levasse as amigas a pensar que nem sempre os castigos são penalizadores e os elogiados são elogiados.
A vida dá muitas voltas, mas a justiça deve ser aplicada, sempre!

FAMÍLIA ESCRITORA DO ALUNO: MIGUEL ANDRÉ CARVALHO ARAÚJO
3º ANO /TURMA 2